As ciências empíricas dividem-se em ciências naturais e ciências sociais ou humanas.
A linha de separação entre as ciências naturais e as ciências sociais não é muito nítida, podendo-se considerar que as ciências naturais são aquelas que estudam o conjunto de seres e coisas, orgânicas e inorgânicas, que compõem a natureza (Física, Química, Biologia, etc.). As ciências humanas ou sociais, por seu turno, estudam as relações do homem consigo próprio, com os outros homens e com a natureza. Estas relações são aquelas que têm a sua origem do ato pelo qual o homem produz cultura, agindo no mundo e a ele reagindo, criando e sofrendo os efeitos de suas criações. Pertencem ao conjunto das ciências humanas ou sociais a História, a Sociologia, a Psicologia, a Antropologia Cultural, a Economia, a Administração e a Contabilidade, entre outras.
As ciências humanas têm dificuldades de se constituírem em ciências devido à relação do sujeito com o objeto a ser conhecido e explicado. As ciências naturais têm como objeto algo que se encontra fora do sujeito cognoscente, ao passo que as ciências humanas têm como objeto o próprio ser que conhece. É possível imaginar as dificuldades das ciências humanas em estudar com objetividade algo que diz respeito ao próprio homem. ARANHA (1986, p. 186) identifica as dificuldades enfrentadas pelas ciências humanas:
- Há uma complexidade inerente aos fenômenos humanos, sejam psíquicos, sociais com inúmeros aspectos que não podem ser simplificados;
- Outra dificuldade encontra-se na experimentação. Não significa que ela seja impossível, mas é difícil identificar e controlar os diversos aspectos que influenciam os atos dos homens.
As características das ciências naturais e das ciências humanas são ilustradas no Quadro l, a seguir:
Quadro nº 1: Quadro comparativo: tendências naturalista e humanista | |
Tendência naturalista | Tendência humanista |
Quanto à maneira de perceber o fato psíquico: | |
* uma coisa (realidade objetiva) | * uma consciência (doadora de sentido) |
* fatos descritos em sua aparência sensó- | * valorização do vivido, dos conteúdos aní- |
rio-motora | micos e espirituais |
* ênfase na natureza orgânica dos fenôme- | * o homem é um ser do mundo |
nos psíquicos. | |
Quanto à natureza da percepção: | |
* associacionismo | * noção de estrutura (percepção do todo) |
* atomismo (sensação, percepção, idéia) | * totalidade (não é a soma dos elementos) |
Quanto à explicação do comportamento: | |
* mecanicismo (o comportamento se expli- | * todo comportamento existe num contexto |
ca pela relação causa-efeito | que deve ser interpretado |
Quanto ao modo de inteligibilidade: | |
* explicação legal (por leis) e quantitativa | "compreensão" por tipo qualitativo ou mo- |
(matematizável) | delos ideiais. |
* aceitação só do que pode ser verificável | * aceitação de pressupostos não verificáveis |
experimentalmente | experimentalmente |
* imitação do método das ciências da na- | * procura de um método próprio das ciências |
tureza | do homem |
Quanto à terapia: | |
* técnicas reflexológicas que alteram os | * o sintoma é um "símbolo" (é preciso procu- |
sintomas | rar o que ele significa) |
Fonte: ARANHA (1986, p. 196), adaptado. |
A Contabilidade como ciência social.
No âmbito da Teoria da Ciência, a Contabilidade integra o conjunto das ciências não formais, constituído pelas ciências humanas ou sociais, como demonstra a Figura 2:
Figura nº 2: A Contabilidade vista como ciência humana.
Alunos(as): Isabela Quartieri, Rafael Cáceres, Ellen Yarzon e Bianca Gleizer
muito bom, bem exemplificado!
ResponderExcluirOk obgd.Muito bem feito e explicado😄
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